Daniel Silveira é preso após descumprimento de condicional
- Neriel Lopez
- 25 de dez. de 2024
- 2 min de leitura

A Polícia Federal prendeu o ex-deputado Daniel Silveira nesta terça-feira (24), em Petrópolis, no Rio de Janeiro. A prisão ocorreu após o descumprimento de condições estabelecidas em sua liberdade condicional, como o horário de recolhimento domiciliar. O caso marca mais um capítulo nos embates de Silveira com o Supremo Tribunal Federal (STF), sob a condução do ministro Alexandre de Moraes.
Motivo da prisão: Descumprimento de regras judiciais
Daniel Silveira foi detido após ultrapassar o limite noturno de permanência em casa, estipulado das 22h às 6h. Segundo informações do STF, o ex-deputado retornou à sua residência às 2h10 do dia 22 de dezembro, sem qualquer autorização judicial. A defesa alegou que Silveira esteve em um hospital devido a dores renais e apresentou documentação para justificar a situação. No entanto, o ministro Moraes rejeitou a argumentação, destacando que a estadia hospitalar, mesmo que verdadeira, não justificaria a extensão do horário de violação.
Condições da liberdade condicional
A liberdade condicional de Silveira, concedida em 20 de dezembro, previa regras rigorosas, incluindo:
Uso de tornozeleira eletrônica.
Recolhimento noturno e durante finais de semana.
Proibição de uso de redes sociais e de comunicação com outros investigados.
Vedação à posse de armas e participação em eventos públicos.
Necessidade de comprovar ocupação lícita e comparecer semanalmente à Justiça.
Moraes ressaltou que a reincidência no descumprimento das condições judiciais foi determinante para a revogação da condicional e nova decretação de prisão.
Histórico de conflitos com o STF
O ex-deputado acumula um histórico de confrontos com o Supremo e outras instituições. Em 2022, Silveira foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão por incentivar atos antidemocráticos e atacar ministros do STF. Desde então, descumpriu diversas determinações judiciais, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e restrições de comunicação.
Em um dos episódios mais emblemáticos, ele permaneceu dois dias na Câmara dos Deputados para evitar a instalação do dispositivo eletrônico, resultando em multas e bloqueios de contas. Esses atos reforçaram o entendimento de Moraes sobre a necessidade de medidas mais severas.
Reação da Defesa
A defesa de Daniel Silveira classificou a prisão como "arbitrária", apontando que a ida ao hospital foi motivada por problemas de saúde. No entanto, o ministro considerou que a justificativa não apresentava urgência ou autorização prévia que validasse o descumprimento das condições judiciais.
Sentença e progressão penal
A liberdade condicional, ainda que prevista em lei após o cumprimento de um terço da pena, foi concedida com ressalvas devido ao histórico de violações de Silveira. Moraes destacou a necessidade de cautela, considerando o comportamento reiterado de desrespeito às normas legais.
Consequências e impacto
Daniel Silveira será encaminhado ao presídio de Bangu 8, no Complexo de Gericinó, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O caso expõe a complexidade do sistema penal brasileiro ao lidar com figuras públicas e politicamente controversas. Além disso, reforça a importância de cumprimento estrito das condições judiciais para evitar a regressão de regime.
Comments